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Aos que se perderam no labirinto

Poesia na CidadeAos que se perderam no labirinto

É bem possível que, ao ter entrado aqui, fugindo do Minotauro,

eu soubesse que meu olhar estivesse voltado para fora,

deparando-me com paredes insólitas, das quais nunca consegui me desvencilhar.

Quem sabe, eu estaria buscando janelas invisíveis, cujos olhos,

frios, vazios, sabiam ser, em seu silêncio, a saída para a minha liberdade. Nada disseram. Nada podiam. Nada queriam. Nada fizeram.

Mas, estando aqui, agora eu sei que esse labirinto, em que me perdi,

tem o teto vazado para estrelas antigas, a pulsarem um sinal ininterrupto

de que me sabem tão bem assim: essa pessoa que me nina ao querer,

também, nanar.

Isso é partir, de verdade, para o grande encontro;

Essas estrelas-meninas (mulheres feitas de terra, ar e cosmos)

me aguardam para dar o passo decisivo, que ainda me falta.

Para um onde em que jamais cheguei para me ver ali.

Para um dentro, que de tão lento de cair dentro, ainda não pude conhecer seu nome, nem seu centro.

E mesmo que, por alguns instantes, eu tenha me esquecido do meu, isso não importa mais. Sabe por quê? Porque, agora, a ausência das portas é o que me importa lá de fora, para a saída que me leva para dentro.

Vai, não fica com medo, não.

Não é apenas um sortilégio (?)

A tua invulnerável delicadeza fez, agora, de ti,

doce Nina Tauro.

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