A Geração Z, nascida entre a metade da década de 1990 e o início da década de 2010, é a geração que cresceu com o advento da internet, conectada ao mundo on-line e ligada aos smartphones. Conhecida também por “Gen Z”, “zoomers”, “iGeneration” ou “Centennials”, a Geração Z pensa, compreende o mundo e se comporta socialmente muito semelhante ao funcionamento das telas. E como entender essa geração que nasceu e cresceu na virada do século XX para XXI? Também conhecidos como “nativos digitais”, a Geração Z, segundo especialistas ouvidos pela Bem-Estar, é a turma da conectividade, inovação, autonomia, individualismo e de fácil adaptação as mudanças. Autêntica e transparente, a Geração Z também é engajada, valoriza a diversidade, propósitos de vida e preza pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O professor doutor em psicologia Clínica Lazslo Ávila afirma que uma das principais características da Geração Z, que sucedeu à Geração Y – Millennials nascidos entre o início da década de 1980 e meados da década de 1990 -, é a capacidade de estarem sempre antenados, “são indivíduos muito ligados, muito perceptivos, muito conectados e usam muito bem a tecnologia, além de verem o mundo, principalmente, por meio da própria tecnologia”. Características que, segundo o professor doutor, dão aos nativos digitais a facilidade de se adaptarem a mudanças. “Eles têm como principais virtudes uma adaptabilidade muito grande, uma curiosidade muito grande e uma interconectividade extrema como a gente não nunca imaginou”.
Conectividade, rapidez e inovação que fizeram parte da vida da Geração Z desde que nasceram e que, segundo Lazslo, também merece observação pelo fato de ser uma geração que desconhece o mundo sem tecnologia. “Eles não concebem o que era você ter que depender, por exemplo, de mais contatos sociais, de mais informação intelectual. Eles têm um mundo muito à mão”, afirma em referência as gerações anteriores. “Agora, de fato o mundo não anda para trás. Então eles vão conhecer cada vez melhor, se adaptar cada vez melhor ao mundo interconectado”, complementa.
Domínio quando o assunto é inovação que, segundo a análise do professor doutor, vão contribuir com mais e melhores soluções tecnológicas para os próximos desafios da humanidade. “Eles vão ter que enfrentar os problemas que as gerações anteriores deixaram no mundo, como poluição, aumento das pressões sociais, desorganização política e, principalmente, as mudanças climáticas. Vamos ver como vão se virar, eu penso que vão se dar bem”, analisa Lazslo.
Entre outras características avaliadas como positivas dos “iGeneration” está a forma como eles veem o mundo e priorizam propósitos e impactos sociais. Características que refletem no consumo, com prioridade para aqueles produtos e serviços comprometidos com causas socioambientais, como também refletem no mercado de trabalho. Segundo a psiquiatra Nara Gonçalves, a Geração Z prioriza a vida pessoal ao invés da vida profissional, uma vez que foi a geração que cresceu com pais sobrecarregados de trabalho. “Viram os pais trabalhando demais, adoecendo por conta de trabalho, com problemas de saúde mental, problemas de obesidade, cardiovasculares, estresse em altos níveis e que chegavam a casa e não davam atenção aos filhos”, afirma a psiquiatra.
Vivência com pais “workaholic” que, segundo a psiquiatra, levaram a Geração Z a outro conceito que valorizasse a qualidade de vida em primeiro plano. “É a geração que percebeu que trabalho não é tudo. Então, hoje eles buscam um trabalho de qualidade e com uma entrega no normal de uma forma que eles possam priorizar tempo de qualidade. Considero que eles não estão errados”, afirma Nara.
Neste quesito, a psiquiatra analisa que a Geração Z é uma geração que vai mudar o mercado de trabalho. “Essa geração vai revolucionar. É a geração que vai priorizar a saúde, pois é uma geração que primeiro vai fazer a atividade física para depois trabalhar, vai comer para depois trabalhar, vai priorizar a família e, por último, vão focar no trabalho, diferente da geração passada”, analisa Nara.

