A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, está cada vez mais ausente das redes sociais, como Instagram, Facebook e X (antigo Twitter). Com raras publicações fixas e, até, perfis com “feed zero”, em contradição com os Millennials - conhecidos também como a Geração Y - nascidos entre 1981 e 1996. A rejeição a exposições e excesso de rastros digitais revela também uma preferência por conteúdos curtos, temporários e menos rastreáveis. Esses novos hábitos levam os nativos digitais a migrarem para plataformas mais reservadas com seguidores escolhidos a dedo.
Os Millennials usaram e ainda utilizam as redes sociais como vitrines de melhores momentos, agendas, realizações e até portfólios pessoais. A Geração Y cresceu com evolução da tecnologia, da popularização da internet, das redes sociais e foi a geração que se esbaldou em plataformas como o Orkut. Já a Geração Z, nasceu com todas essas ferramentas à disposição e por isso são chamados de nativos digitais.
A psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lucia Madureira explica que a mudança de comportamento da Geração Z está ligada à busca por menos exposição e rastros digitais. “A privacidade também reduz a pressão social, os ataques de haters, as comparações exaustivas e a ansiedade por resultados e aprovação dos seguidores”, afirma.
Já a mestre em psicologia da saúde Leide Silva do Carmo destaca que a preferência por conteúdos temporários está associada à sensação de maior controle. “O fato de os stories desaparecerem após 24 horas dá uma impressão de menor exposição. Além disso, a possibilidade de escolher quem verá o conteúdo transmite uma sensação de controle sobre o que está sendo compartilhado”, observa.
Um exemplo dessa tendência é o uso frequente de plataformas como Tik Tok, Reels e YouTube Shorts. Segundo Mara, a forma mais criativa, ágil e democrática é o propósito da Geração Z por uma linguagem mais visual e artística, com memes e conteúdos curtos. “Porém, a crença de que vídeos curtos ensinam mais rápido é um engano, mas eles acreditam, e têm mais chances de viralizar”, analisa.
Conhecimento superficial que traz um outro alerta, “São conteúdos que ativam circuitos neurológicos de gratificação, como na dependência de drogas e outras compulsões”, alerta a Mara.

