Comprar em brechós é uma das formas mais econômicas e sustentáveis de se vestir. Além de acessíveis, as opções oferecidas permitem renovar o guarda-roupa sem pesar no bolso e ainda contribuem para a redução do desperdício têxtil. Afinal, quanto maior a vida útil de um produto, menor o impacto ambiental.

Essa tendência à reutilização tem impulsionado o mercado de usados no Brasil, que nos últimos anos, registrou um crescimento de aproximadamente 50%. Em Rio Preto, o segmento vem se consolidando como uma opção promissora. De acordo com o Portal do MEI, há atualmente 99 Microempreendedores Individuais (MEIs) atuando no comércio varejista de artigos usados.

Ao contrário do que muitos imaginam, esses estabelecimentos oferecem uma ampla variedade de produtos em excelente estado de conservação, muitos praticamente novos, incluindo peças exclusivas e atemporais, que vão do estilo vintage a itens de grife. “As pessoas estão buscando um consumo mais consciente, mas ainda existem barreiras culturais, como o preconceito contra roupas de segunda mão, que precisam ser superadas”, pontua a analista de negócios do Sebrae, Sabrina Ikeda.

Em Rio Preto, uma das lojas desse ramo que mais faz sucesso é a Peça Rara Brechó. A unidade foi inaugurada em 2023 e tem a atriz Deborah Secco como sócia. “Oferecemos uma variedade de itens nos segmentos feminino, masculino, infantil e decoração. Nossa principal exigência para quem vai desapegar é que as peças estejam em ótimo estado de conservação, limpas e higienizadas. Recebemos desde marcas locais até grifes de luxo, tornando o Peça Rara acessível para todos os estilos e bolsos. A ideia é ter de tudo e atender todos, pois o gosto de cada cliente é único e bem particular”, afirma a proprietária Andrea Yacovenco.

Segundo Andrea, comprar em brechós virou moda e tem conquistado cada vez mais adeptos, especialmente aqueles que antes não eram fãs desse tipo de consumo. “Além da questão econômica, a qual é um dos fatores mais importantes atualmente, creio que devido à preocupação com o meio ambiente muitos passaram a ter consciência da importância do desapego e da reutilização de peças que já existem. Acredito que essa seja uma tendência que veio para ficar, assim como já acontece nos países de primeiro mundo, principalmente na Europa, berço da moda, onde esse hábito já é algo fixado na mente e no comportamento da sociedade”.

Outra loja que também abriu suas portas em Rio Preto em 2023 é o Burguesinha Brechó Chic, que atualmente conta com duas unidades, uma no bairro Boa Vista e outra no Jardim Panorama. Todas as peças colocadas à venda são cuidadosamente avaliadas, de boa qualidade e com preços acessíveis.

"A Burguesinha surgiu para desmistificar o estigma de que brechós só têm coisas velhas. Nosso grande diferencial é oferecer peças atuais. Não trabalhamos com moda vintage. Vendemos tudo no universo feminino: roupas, sapatos, acessórios, cosméticos, eletrônicos e perfumaria, exceto moda festa, que tem pouca saída, e íntima, por questões de higiene. São itens que as pessoas desapegam após pouco tempo de uso e nós damos um novo significado”, destaca o proprietário da franquia na cidade, Maicon Canalli.

Outra opção de brechó em Rio Preto é a Dig For Fashion, inaugurada em novembro de 2024. Ela faz parte de uma rede de brechós com 17 unidades espalhadas pelos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A loja oferece roupas para adultos, tanto no feminino quanto no masculino, do P ao GG/Plus, além de sapatos, roupas de banho, como biquínis e saídas de praia, roupas de academia e uma variedade de acessórios, como brincos, colares, óculos e cintos. O objetivo da CEO Mariza Rezende, é promover a moda sustentável, mudando a percepção preconceituosa que muitas pessoas ainda têm sobre o consumo de roupas de segunda mão.

“Não temos uma idade ou público específico, embora ele seja majoritariamente feminino. Atendemos desde adolescentes de 16/17 anos até senhoras com mais de 60, apresentando a moda ‘second hand’, acessível para todos os públicos e corpos. Temos uma curadoria especializada, e nossos colaboradores são treinados para avaliar as peças com base na qualidade, e não na marca”, ressalta a analista de marketing do brechó, Ana Carolina Guimarães.