Tamanho da fonte

DR. HALIM ATIQUE NETTO E UMA VIDA EM PROL DOS ANIMAIS

EntrevistaDR. HALIM ATIQUE NETTO E UMA VIDA EM PROL DOS ANIMAIS
Em entrevista, o professor Halim Atique Netto fala sobre sua carreira profissional, amor pela esposa e pelos filhas e como descansar em meio a uma rotina de trabalho intensa

Sobre o autor

O professor doutor Halim Atique Netto, de 47 anos, se formou na primeira turma de medicina veterinária da Unirp, no ano 2000. Mestre e doutor em Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi um dos responsáveis pela expansão do Hospital Veterinário (HV) da Unirp, o primeiro do tipo na região, do qual é diretor desde 2004. Atique Netto acompanhou toda a evolução do espaço, como aluno, professor e diretor.

O profissional é professor das disciplinas de Reprodução Animal e Obstetrícia Veterinária e diretor-geral do Laboratório FertVitro de embriões bovinos desde 2005, além de ser responsável técnico do Laboratório Biotecnologia Aplicada de Diagnósticos Laboratoriais e por Imagem Animal.

Neste ano, Halim completa 25 anos de casamento com a “menina dos seus olhos”, sua “Yaiune”, em árabe: a professora mestre Tábata Salum Calille Atique, farmacêutica, professora universitária e coordenadora administrativa do HV.

O casal tem três filhas: Najla, Hadija e Latifa, de 17, 15 e 13 anos.

Halim tem história com a academia rio-pretense. É filho de Halim Atique Junior, advogado, professor universitário e reitor da Unirp e de Andraci Lucas Veltroni, advogada, professora universitária e avaliadora institucional do Ministério da Educação (MEC).

Em entrevista exclusiva à Bem-estar, ele fala de sua trajetória profissional, do que gosta de fazer quando não está trabalhando e dos próximos passos para a implementação do curso de medicina da Unirp.

Bem-estar: Como o senhor seguiu pela veterinária?

Halim Atique Netto: Sempre gostei muito da área biológica, da área animal e da área rural, então a veterinária se tornou uma escolha natural para mim. Hoje não me imagino exercendo outra profissão.

BE: Como foi o início do hospital veterinário?

HAN: O Hospital veterinário da UNIRP foi aberto em 1998 somente para aulas práticas do curso, e em 1999 inaugurado para o atendimento à comunidade. Desde essa época, o hospital se colocou como parceiro da comunidade, atuando com a Prefeitura de Rio Preto através do Centro de Controle de Zoonoses, do antigo Bosque (Zoo Botânico), da Secretaria Municipal da Agricultura, da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Trânsito.

Também atuou intensamente com a Polícia Militar Ambiental, com o Canil da Polícia Militar de Rio Preto, com o IBAMA, com o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, com o Conselho Regional de Medicina Veterinária, com vários protetores de animais individuais, entre outros. Hoje também, além desses parceiros, temos um grande trabalho em conjunto com a Secretaria Municipal do Bem-Estar Animal de Rio Preto (SMBEA), antes Diretoria do Bem Estar Animal DIBEA, desde sua fundação.

Desde a época da faculdade, estive no Hospital Veterinário da UNIRP como aluno (1998), depois como veterinário (2000), como professor (2001) e por fim, como diretor (2004), quando o então diretor, Prof. Dr. Fernando Buchala precisou se ausentar da direção, pois tinha que assumir funções na Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, onde está até hoje. Ele foi um dos meus mentores profissionais, junto com o Prof. Dr. Alan Peres Ferraz de Melo, coordenador do curso de Medicina Veterinária na época e hoje professor da UNESP de Ilha Solteira-SP, e o Prof. Dr. Vicente Borelli (in memorian), professor titular aposentado da USP de São Paulo, meu primeiro professor no curso de medicina veterinária e idealizador do hospital veterinário da UNIRP.

BE: Como o senhor se sente coordenando este centro que é pioneiro em atendimento veterinário hospitalar?

HAN: Eu tenho um grande orgulho de fazer parte da equipe do Hospital Veterinário da UNIRP! É o único hospital veterinário da cidade e de uma grande região (mais de 400 km) que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, incluindo feriados e fins de semana.

Aqui aprendi e aprendo muito até hoje. Tenho a grata satisfação de ver o resultado extraordinário do trabalho de todo corpo médico e técnico-administrativo, em prol da saúde animal e saúde pública humana, pois uma depende diretamente da outra.

Além da alegria de participar da formação de médicos veterinários, tanto em nível de graduação, como de pós-graduação, com a residência médico-veterinária, nas áreas de pequeno e grandes animais, animais selvagens, em clínicas e cirurgias.

BE: Quais os desafios da profissão e com o que a tecnologia vem colaborando?

HAN: A profissão de medicina veterinária é bastante ampla. Temos profissionais atuando nas áreas de clínica, cirurgia, diagnósticos laboratoriais e por imagem, medicina alternativa (acupuntura, quiropraxia), medicina complementar (fisioterapia, nutrição, comportamental), bem-estar animal, além das áreas de saúde pública (vigilância sanitária, inspeção sanitária da indústria de alimentos de origem animal, controle de zoonoses), indústria de medicamentos, indústria de alimentos (humanos e animais); além das áreas de ensino, pesquisa e desenvolvimento em geral. É importante que o profissional esteja sempre preparado e atualizado na sua área de atuação, a fim de exercer com êxito a profissão.

A tecnologia vem fazendo cada dia mais parte do trabalho do médico veterinário, seja qual for a área de atuação. Hoje o profissional tem acesso cotidiano a equipamentos, medicamentos, tratamentos e conhecimentos avançados, que antes só a medicina humana ou a pesquisa alcançavam.

BE: Quais os principais ensinamentos que o senhor busca transmitir para os jovens?

HAN: Como professor, além do conhecimento acadêmico das minhas disciplinas, eu busco despertar nos estudantes o senso de responsabilidade, respeito e compreensão, tanto com os animais (pacientes) como com os tutores responsáveis por eles, que sentem e sofrem com tudo que se passa com seus animais, sejam eles pets, animais de grande porte ou animais de produção zootécnica.

Além também de valores que formam a pessoa humana, como a integridade, a hombridade, a ética, a fé em Deus e a empatia com o próximo.

BE: Em meados de 2024, foi aberto o curso de Medicina na Unirp, que neste ano receberá a segunda turma. Como está o processo desta graduação?

HAN: O curso foi avaliado em nível de estrutura física e projeto pedagógico pelo Ministério da Educação (MEC) com nota máxima, e ficou aguardando manifestação do MEC. Como o MEC não se manifestou, a UNIRP requereu na Justiça a autorização para o início das atividades, o que foi concedido em liminar. Agora, o MEC, mesmo com a decisão judicial, negou a portaria de autorização. Sendo assim, a UNIRP recorreu novamente à Justiça para buscar cumprir a decisão e obedecer a formalização do processo.

BE: Falando um pouco da vida pessoal, como se desvencilhar um pouco de um ofício que exige tanto e ter tempo pessoal de qualidade?

HAN: É difícil se desvencilhar das questões profissionais, atualmente em um hospital veterinário que trabalha 24 horas por dia, todos os dias da semana. Mesmo não estando presente fisicamente, estou em contato com os profissionais o tempo todo. Graças a Deus, temos uma equipe maravilhosa que nos permite ter momentos de descanso e tranquilidade, mesmo em meio ao trabalho diuturno do hospital.

BE: O que o senhor gosta de fazer em seu tempo livre?

HAN: Eu gosto muito de estar com a família e os amigos, que são companheiros da nossa vida, e ajudam a recarregar as nossas baterias, gosto de ir à igreja com a família (somos da Primeira Igreja Batista em Rio Preto) para buscar e louvar a Deus, que é a base de tudo somos e temos; além de estar com nossos Pets, o cão Sultão, a cadelinha Marry, as gatas Cherry e Honey, além os aquários de peixes, que são uma paixão pessoal.

Sem publicações!

Publicações somente aos domingos

Publicações

Não encontramos resultados para sua busca.

Revista digital