Um dos episódios mais impressionantes da história das enchentes de São José do Rio Preto aconteceu em fevereiro de 1987. A cidade convive com alagamentos desde o início do século XX, quando começou a expandir-se às margens do rio Preto e dos córregos Borá e Canela.
Com o tempo, surgiram as três principais avenidas: Alberto Andaló, às margens do córrego Canela; Bady Bassitt, às margens do córrego Borá; e Murchid Homsi, acompanhando o córrego Aterradinho — entre muitas outras. A urbanização avançou: asfaltaram-se o centro, os bairros e as rodovias. A cidade “impermeabilizou-se”, e as enchentes tornaram-se frequentes nos meses de chuva, provocando grandes prejuízos materiais e, infelizmente, também vítimas fatais por afogamento.
Em relação ao episódio e à foto que o registra, o condutor de um Passat GTS Pointer foi surpreendido por uma enxurrada na rotatória das avenidas Artur Nonato e Alberto Andaló. Segundo ele, “foi tudo muito rápido; não deu tempo de dar marcha à ré, o carro afogou e começou a boiar. Sorte que consegui sair correndo a pé pela Artur Nonato acima”.
Na época, a rotatória não tinha tubulação — o córrego seguia a céu aberto e só era canalizado após o viaduto da rodovia Washington Luís. Foi justamente ali que o carro foi literalmente engolido por um redemoinho de água. O veículo entrou na tubulação e desapareceu.
Quando a água baixou e a chuva cessou, os bombeiros entraram na canalização, mas nada encontraram. Caminharam cerca de 500 metros — e ainda nada. Até que veio o aviso: o carro havia sido avistado por meio de um grande ralo às margens dos trilhos de trem, encalhado no córrego, a aproximadamente dois quilômetros da rotatória, sob o viaduto Sodré, logo após o Rio Preto Automóvel Clube. Para retirá-lo, foi preciso romper o concreto e içar o veículo.
