No epicentro da geopolítica mundial e motivo de disputas acirradas entre países, as terras raras são ativo de grande importância para o futuro e podem impulsionar a transição energética no mundo.
Com o Acordo de Paris, a eletrificação da frota e a energia eólica passaram a ser vistas como estratégias para redução das emissões de CO2. Estratégias e investimento de bilhões para garantir os suprimentos necessários para a segurança e transição energética tem sido a prioridade de vários países, com objetivos principais de políticas públicas de desenvolvimento sustentável.
Os Elementos Terras Raras (ETRs) são alguns dos minerais chamados críticos ou estratégicos, constituem 17 elementos químicos tais como: cobre, níquel, grafite, cobalto, nióbio e lítio. São abundantes na natureza, mas com baixas concentrações e demandam um complexo processo de extração e separação até se tornarem ligas e ímãs permanentes, produto final utilizado pela indústria na transição energética.
Os ETRs estão no centro de negociações, uma vez que suas reservas e produção estão sob domínio de poucos países, no caso das Terras Raras, a China detém cerca de 40% das reservas e 70% da produção, com relação a ímãs a partir de ETRs o monopólio asiático chega a 90%. O Brasil possui a 2ª maior reserva mundial, porém apenas 0,02% da produção que demanda tecnologia de ponta e é essencial para a fabricação de turbinas eólicas, motores de veículos elétricos e equipamentos eletrônicos.
As terras raras estão presentes de forma indireta na arquitetura, sobretudo em materiais e sistemas tecnológicos usados em edifícios modernos como vidros inteligentes e painéis fotovoltaicos, iluminação LED, sensores e automação predial, isolamento acústico e térmico de alto desempenho. Também em ímãs superpotentes usados em motores de carros elétricos, drones, turbinas e equipamentos médicos, smartphones, computadores, TVs. A busca por recursos naturais sempre motivaram conquistas e guerras, que agora será tecnológica, pois a escassez ou controle desses materiais impacta cadeias de produção em semicondutores, defesa, telecomunicações e IA. O futuro é agora!
