A Pantone, pela primeira vez, escolheu o branco suave ou “cloud dancer” como cor 2026, com a proposta de proporcionar calma, suavidade e serenidade em contraposição ao barulho do mundo. O processo de seleção baseia-se em análise de tendências globais em moda, arte, tecnologia, comportamento social, design, arquitetura e estética. A escolha dessa cor surge como uma reação à demanda por espaços para criar, desacelerar e refletir. Há um desejo coletivo de recomeçar, se reconectar com a sensação de paz e serenidade, segurança e clareza em meio ao barulho caótico da vida moderna, funcionando como uma pausa sensorial.
A proposta não é de um branco frio, impessoal ou estéril e sim de uma cor suave, natural e acolhedora, um off-white delicado, balanceado com tons frios e quentes, meticulosamente criado para escapar do clima clínico de um branco puro. A escolha provoca muitas reações e reflexões sobre a saturação estética e a busca pelo minimalismo monocromático. Muito propícia para a arquitetura e design, os tons pastéis já onipresentes em decorações permitem a criatividade e um ponto de partida projetual neutro e para a neuroarquitetura, esse movimento faz total sentido, pois amplia a luminosidade, profundidade dos espaços e colaboram com o impacto no sistema nervoso central com a desaceleração e acesso a estados mentais de calma e presença. Uma demanda emocional global e contemporânea: ambientes que permitam a descompressão e um contraponto ao excesso de estímulos cotidianos.
E num país como o Brasil que é repleto de cores, sotaques, ritmos, paisagens e com identidade visual plural, a “cloud dancer” funciona como uma moldura para a brasilidade, possui temperatura emocional quase tátil. É um cenário silencioso para as nossas histórias, evita a saturação além de valorizar materiais naturais como: madeiras, palhas, cerâmicas, tramas, tapetes e arte popular. O final do ano se aproxima e a cor de 2026 nos convida a vivenciar a pausa e o respiro, antídoto aos excessos visuais e à saturação de estímulos tecnológicos, redes sociais e cultura do consumo, enfim a paz.
