Um movimento sutil e silencioso está abrindo uma nova fronteira para o que se considera luxo, esta transformação profunda faz parte de movimentos históricos e estão associados ao que é raro e exclusivo. Os novos códigos colocam no radar da sofisticação as sensações da experiência em detrimento da ostentação. Assim a vivência é protagonista e não a posse, as histórias, memórias e significados que um espaço conta são mais importantes do que objetos existentes.
Os ambientes, como cenários vivos e em transformação constante, evocam lembranças e reforçam a identidade e a trajetória dos usuários. A busca por elementos com personalidade que traduzem a autenticidade da decoração sem a necessidade de validação, escutam o território, usam materiais e referências culturais num diálogo entre o local e o global: glocalidade. Discreto e elegante não se impõe, ao contrário, passa despercebido, se integra ao entorno.
O luxo invisível é multissensorial e está num espaço que desperta sentimentos e emoções através da atmosfera que envolve, acolhe e produz pertencimento. Está conectado à cultura local, se acomoda suavemente ao acolher a organicidade e a ambiguidade, não é obtuso. O reposicionamento do Brasil, não como referência exótica, mas como epicentro desse movimento que está no radar da sofisticação, como potência estética e simbólica, torna o País protagonista desta revolução com sua abundante natureza e referências históricas e culturais exuberantes.
A exclusividade visível deu lugar a qualidade silenciosa, o status material perde o protagonismo e o modelo europeu sinaliza um esgotamento com o deslocamento do olhar de quem antecipa tendências e indica o caminho. O luxo se transformou estruturalmente devido à globalização, digitalização, sustentabilidade e demandas das novas gerações que buscam experiências autenticas e com narrativas.
