SENSIBILIDADE / INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN
O glúten é uma proteína encontrada em grãos, como o trigo, cevada, centeio. As fontes mais comuns de glúten são encontrados nos pães, pastéis, bolos, macarrão, pizza, biscoitos, bolachas, cereais matinais, alimentos processados, batatas fritas, salgadinhos, salsichas, sopas, molhos, refeições prontas, cervejas.
A intolerância ou sensibilidade ao glúten não celíaca caracteriza-se pela incapacidade do organismo de digerir satisfatoriamente ao glúten. Os sintomas das pessoas com intolerância costumam ser semelhantes aos da doença celíaca. A diferença é que não apresentam os mesmos anticorpos e danos intestinais observados na doença celíaca. A doença celíaca é caracterizada pela resposta autoimune (o sistema imunológico ataca o corpo quando a pessoa ingere glúten). Pessoas com doença celíaca têm danos intestinais, enquanto as com intolerância não. Na reação alérgica o sistema imunológico confunde o glúten como uma substância estranha, como um vírus ou bactéria. A alergia ao trigo não danifica o intestino e pode apre-sentar erupções cutâneas, coceira nos olhos, dificuldade para respirar.
Algumas hipóteses sugerem que as reações a ingestão de glúten provocam inflamação do revestimento do trato digestivo, principalmente ao nível de intestino.
Os sintomas que as pessoas com sensibilidade ao glúten apresentam podem persistir por horas ou dias após o seu consumo. Os principais sintomas são: dor abdominal, inchaço, gases, diarreia, constipação, náuseas, vômitos, dermatite (erupção cutânea ou eczema), fadiga, anemia, dor de cabeça, dor nas articulações, neuropatia periférica (dormência nas mãos e pés), confusão mental, dificuldade de concentração e de atenção, autismo, alucinação, ansiedade, depressão.
Não existe um teste específico para diagnosticar a sensibilidade ao glúten. A intolerância ao glúten pode ser diagnosticada indiretamente em tês etapas: a primeira é orientada fazer uma dieta contendo glúten por seis semanas. Neste período deve ser realizado exames de sangue e testes cutâneos para descartar alergia ou doença celíaca. Não há teste específico de intolerância ao glúten. Segunda: se não for constatado alergia ou doença celíaca, é recomendado a exclusão do glúten da dieta por seis semanas. Terceira: se os sintomas melhoraram durante a dieta sem glúten, ele deve ser reintroduzido novamente. Se os sintomas retornarem, a pessoa provavelmente tem intolerância ao glúten. Como não tem um biomarcador para o diagnóstico de intolerância ao glúten, o diagnóstico deve ser de exclusão, após descartar doença celíaca e alergia.
O melhor tratamento para a intolerância ao glúten é a dieta sem glúten. A dieta sem glúten é baseada em carnes, peixes, aves, frutos-do-mar, ovos, leite e deriva-dos, frutas, vegetais, legumes, leguminosas (feijões, lentilhas, grão-de-bico), ervas, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), sementes (abóbora, girassol, linhaça, chia, gergelim).
Há vários alimentos que podem substituir o trigo, a cevada e o centeio, e inclusive podem ser moídos em farinhas ou usados como amidos em produtos e receitas sem glúten. Os mais comuns são: amaranto, trigo sarraceno ou mourisco (não contém glúten), os alimentos e suas farinhas: de amêndoa, coco, milho, amido milho, painço, de ervilha, batata, quinoa, arroz branco, integral e selvagem, de sorgo, mandioca (tapioca), castanha, araruta, soja, chia, linhaça, abóbora, macadâmia, aveia, banana-verde, berinjela, beterraba.