ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E DE PESQUISA
No Brasil, existem cerca de 820 mil Organizações da Sociedade Civil (OSCs), mais comumente conhecidas como Organizações Não Governamentais (ONGs). Essas organizações geram aproximadamente 6 milhões de postos de trabalho e representam 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dentre essas, estão catalogadas 9.608 organizações que atuam na área de saúde. Esse número é extremamente significativo, pois, apesar de representarem apenas 1% do total de ONGs no país, elas empregam 36,9% de todas as pessoas que trabalham no setor.
Outro destaque é o papel fundamental dessas ONGs na saúde brasileira, oferecendo serviços essenciais à população, o que as transforma em um dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS). Elas atuam principalmente em áreas onde o acesso ao sistema público de saúde é limitado ou inexistente.
Para exemplificar, podemos citar que as principais áreas de atuação das ONGs de saúde no Brasil incluem a prevenção e o tratamento de doenças, a promoção da saúde mental e o apoio a pacientes com doenças crônicas e raras.
No entanto, para o desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos, uma avaliação recente apontou que há cerca de 220 ONGs no país voltadas ao desenvolvimento de projetos sociais, sendo que algumas delas buscam também fomentar a pesquisa científica e atrair pesquisadores nacionais e internacionais para diversas áreas da saúde, criando um ambiente científico globalizado em suas instituições.
Assim, consideramos fundamental que as ONGs se organizem cada vez mais para se tornarem agências de fomento de pesquisa, especialmente em áreas críticas como a saúde, a fim de:
• Suprir a falta de investimento governamental em pesquisa;
• Fomentar a inovação e o desenvolvimento de soluções para problemas de saúde;
• Fortalecer a capacidade de pesquisa no país;
• Promover a colaboração entre instituições acadêmicas, governo e setor privado.
Para que isso seja possível, as ONGs devem:
• Estabelecer parcerias com instituições acadêmicas e de pesquisa;
• Criar programas de bolsas de estudo e financiamento para pesquisadores;
• Desenvolver infraestrutura de pesquisa e laboratórios;
• Promover a disseminação dos resultados de suas pesquisas de forma acadêmica e estimular a aplicação prática dos resultados obtidos;
• Fomentar a interação entre pesquisadores, profissionais de saúde e pacientes.
Além disso, as ONGs podem criar plataformas de financiamento coletivo, também conhecidas como “vaquinhas”, com o objetivo de financiar projetos de pesquisa. Elas também podem estabelecer parcerias com empresas privadas para o financiamento e desenvolvimento de tecnologias e desenvolver programas de capacitação para pesquisadores e profissionais de saúde. Outra ação importante é promover a participação da sociedade civil na definição de prioridades de pesquisa.
Um exemplo de ONG que já atua dessa forma no Brasil é a Associação UNIÃO MAIS s SAÚDE Global, de Goiânia-Goiás, que criou um Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica para desempenhar essas funções e em particular na terapia celular e terapias avançadas.