Recentemente, recebi um telefonema que me deixou muito feliz. Era uma ex-aluninha, (que depois foi minha professora na faculdade de psicologia): Dra. Renata Cristina Zanusso.
Passados alguns dias, chego ao trabalho e me deparo com um livro sobre a mesa da sala de recepção. Sobre sua capa, um bilhete: “Para tia Geldes”.
Abri o livro e me emocionei pela dedicatória carinhosa que ele me trazia, com letrinha bonita e palavras vindas do coração...
De olhos marejados pela emoção, prestei atenção ao sugestivo título do livro: “Mulheres que cruzaram oceanos” e também à bonita ilustração da capa.
Folheei o livro com a ansiedade cabível no momento. Vi que nele são apresentadas vinte e uma mulheres de várias regiões brasileiras e algumas estrangeiras.
Ao ler a Antologia, tive a oportunidade de conhecer lindas histórias de vida dessas mulheres que, de maneira brilhante, relatam suas lutas, suas glórias, suas capacidades de resiliência.
São preciosas histórias, emocionantes, que fazem com que os leitores descubram, através de suas páginas, o empoderamento dessas mulheres que não desanimaram com as adversidades e conquistaram com garra, coragem e perseverança, os seus grandes objetivos. Todas reconhecidas nacional e internacionalmente pelas suas habilidades intelectuais, pelos seus talentos... Certamente foram escolhidas por serem portadoras de fé, esperança, otimismo e determinação!
No decorrer da leitura, fiquei ainda mais feliz e emocionada ao ler a bela e inspiradora história de vida de minha ex-aluninha. Claro que ela está entre essas mulheres maravilhosas!
Com o coração em festa, vi que ela me colocou no livro, de uma maneira muito especial!
Reproduzo aqui as suas palavras (pág.84):
“Tive o privilégio de ter uma professora muito capaz e sensível à minha condição. Naquela época, crianças tidas como diferentes, frequentavam uma classe que era chamada de classe especial, e ficavam separadas das outras crianças. Eu fiquei na classe com todos os alunos. A escola adotava o método da Maria Montessori, e para treinar a coordenação motora fina, tinha uma tábua com fitas amarradas nela.
Claro que era difícil para mim, mas a minha querida Tia Geldes me incentivava a fazer, nunca me colocou fora do círculo dos alunos para desenhar, por exemplo, mas pedia que fizesse a atividade junto com os demais. Digo que ela me ensinou não só a dar laços, mas acreditar que eu podia fazer mais, que podia colocar minhas mãos a serviço dessa atividade e minha alma naquilo que estivesse fazendo. Podia aprender e podia escolher fazer bem feito...”
Fiquei certa, então, de que a boa semente lançada em terra fértil sempre germina e dá frutos especiais!
Sou muito grata à Dra. Renata Cristina Zanusso, parabenizo-a por ela ser uma das “mulheres que cruzaram oceanos”. Sinto-me honrada por minha querida ex-aluninha me proporcionar esta felicidade de ser lembrada de maneira tão gentil e carinhosa!
Um livro é para sempre!!