A “medicina quântica” é um campo interdisciplinar que combina conceitos da física quântica, biologia, química e medicina, incluindo profissionais que estudam e trabalham nesta nova área tecnológica, que tem sido divulgada com a perspectiva de desenvolvimento de computadores quânticos.
O termo “medicina quântica” ainda não é reconhecido ou definido de forma consistente na literatura médica convencional. No entanto, algumas publicações científicas já exploram a interseção entre a física quântica e a biologia, sugerindo que princípios quânticos podem ter aplicações em áreas como diagnóstico e tratamento de doenças. Por exemplo, a aplicação da mecânica quântica pode potencialmente melhorar o diagnóstico precoce de doenças e oferecer novas perspectivas sobre doenças neurológicas e câncer. Além disso, tecnologias como sensores quânticos biológicos e ressonância magnética/nuclear hiper polarizada, baseadas em tecnologia quântica, estão sendo desenvolvidas para explorar fenômenos em sistemas biológicos.
O vírus da hepatite C (VHC) não era conhecido, e a medicina levou muito tempo para compreender e tratar essa doença, assim como para entender sua disseminação por transfusões de sangue. A hepatite C (HCV) foi descoberta apenas em 1989, e, sem sua real identificação até então, a doença era denominada "hepatite não-A, não-B" quando se manifestava. Estimativas indicam que o Brasil é um país com prevalência intermediária de hepatite C, variando entre 1% e 2% da população. Isso significa que 1,4 milhão a 2,8 milhões de pessoas estão infectadas no Brasil.
Um exemplo mais recente refere-se à pandemia do SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, que pode ser um exemplo atual e relevante de como a medicina quântica pode ajudar a entender e combater doenças. Ela pode ser usada para simular a estrutura e a função das proteínas do SARS-CoV-2 ou de outros vírus, contribuindo para o entendimento de como o vírus se replica e como pode ser inibido. A medicina quântica pode auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos que sejam mais eficazes e menos tóxicos, além de contribuir para o entendimento da interação entre o vírus e o hospedeiro. Isso pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e de vacinas seguras. Além disso, a medicina quântica também pode prever a evolução dos vírus. Pode ser utilizada para antecipar como o SARS-CoV-2 pode evoluir no futuro, o que pode ajudar a desenvolver estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes, além de testes diagnósticos mais precisos e rápidos para detectar a presença do SARS-CoV-2. É importante lembrar que o COVID-19 é uma doença complexa que envolve muitos fatores, incluindo genética, imunidade e ambiente. Portanto, é provável que a medicina quântica seja apenas uma das muitas ferramentas usadas para entender e combater essa doença.
Outros exemplos de doenças que podem ser tratadas com a ajuda da medicina quântica incluem o câncer, com a terapia de radiação quântica, e as doenças neurodegenerativas. Os computadores quânticos podem auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, assim como para doenças cardíacas, através da terapia celular. Outros estudos mencionam o uso de campos eletromagnéticos de baixa frequência como uma abordagem terapêutica para a dor crônica, associando essa prática à "medicina quântica".
No entanto, é importante notar que essas aplicações ainda estão em estágios iniciais de pesquisa e não são amplamente aceitas ou aplicadas na prática clínica convencional. A medicina quântica ainda é uma área em desenvolvimento, e muitos desafios precisam ser superados antes que essas tecnologias possam ser utilizadas na prática clínica.
