LÍTIO

O lítio é um nutriente oligoelemento essencial para a saúde humana, longevidade, função cognitiva e com efeitos neuroprotetores. O lítio é mais concentrado no fígado, rins, hipófise, tireoide, mas está presente em todos os tecidos e órgãos do corpo. Ele é absorvido no trato gastrointestinal e excretado principalmente pelos rins.
Desde 1949, o carbonato de lítio tem sido amplamente utilizado no tratamento do transtorno bipolar, particularmente em pacientes com mania aguda. Além do tratamento de transtorno bipolar, o lítio é usado para terapia de esquizofrenia, depressão, hipertireoidismo, carcinoma de tireoide, imunodepressão, intolerância à glicose. Ele atua diminuindo a atividade anormal no cérebro em casos de transtorno de humor.
O lítio auxilia na imunidade, na função cardiovascular, musculoesquelética, metabólica e cognitiva, no controle da glicemia, na produção da energia por aumentar o número de mitocôndrias, na melhora do transporte e aporte de vitaminas (principalmente do complexo B), na ativação de células-tronco neurais e possui efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes que protegem o sistema nervoso.
O lítio imita os efeitos da insulina ao promover a melhora do metabolismo da glicose, o que o torna benéfico para o controle do açúcar no sangue.
A deficiência de lítio no cérebro tende a aumentar a deposição de placas de beta-amilóide e o acúmulo de emaranhado tau, proteínas relacionadas ao desenvolvimento de Alzheimer. Foi constatado que o lítio é sequestrado pelas placas beta-amilóide, reduzindo sua biodisponibilidade. A deficiência de lítio leva à perda de sinapses, mielina e neurônios, o que contribui para exacerbar uma resposta inflamatória e o declínio cognitivo acelerado. A neuroinflamação é caracterizada pelo aumento da produção de citocinas inflamatórias, estresse oxidativo, neurotoxicidade e morte de neurônios, resultando na perda de funções cognitivas essenciais, como a memória e o aprendizado.
Os efeitos neuroprotetores do lítio contribuem para o aumento significativo dos níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro em neurônios do hipocampo, o BDNF. Ele é essencial para a neurogênese e a neuroplasticidade, sendo responsável pela ativação de células-tronco e formação de novas sinapses, as quais protegem contra doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e transtornos do humor com depressão e ansiedade.
O lítio estimula a atividade de substâncias e neurotransmissores que melhoram humor, sono, bem-estar e cognição, como: glutamato, dopamina, serotonina, gaba-ácido gama aminobutírico, acetilcolina e glicina. A deficiência de lítio pode aumentar a impulsividade, a irritação, agressão, violência, crimes e suicídios.
A toxicidade por lítio pode afetar vários órgãos, sendo o cérebro o mais acometido. Os sintomas mais comuns de intoxicação são: náuseas, diarreia, ganho de peso, tremores, fraqueza muscular, confusão, ataxia, convulsões, coma e morte.
As fontes mais comuns de lítio são encontradas nos cereais e vegetais, como: coentro, tomate, alho, repolho, batatas, noz-moscada, sementes de cominho, cebolas, pimentas-verdes, couve-flor, feijão, lentilha, arroz, cogumelos, aveia, trigo, nozes, avelãs, pinhões, castanhas de caju, pistache, sementes de girassol, chá-preto, chá-verde e chá-vermelho, água potável, carnes, peixes, laticínios e algas marinhas.