A intoxicação pelo cálcio (hipercalcemia), ocorre quando há excesso de cálcio no sangue. Ela pode ser provocada por ingestão excessiva de suplementos e vitamina D, por doenças (câncer, distúrbios ósseos e da tireoide), de disfunção das glândulas paratireoides, em casos de envenenamento por hidróxido de cálcio, contato com a pele ou ingestão em excesso.
Na hipercalcemia, o nível de cálcio no sangue fica muito alto (acima de 10,7 mg/dl).
No hiperparatireoidismo uma ou mais das quatro glândulas paratiróides secretam excesso de hormônio da paratireoide. Nesta condição o aumento da secreção do paratôrmonio promove aumento da absorção de cálcio pelo intestino, reduz a excreção pelos rins e ativa a liberação do cálcio armazenado nos ossos. A suplementação ou ingestão excessiva de cálcio pode sobrecarregar a função renal e elevar os níveis sanguíneos, além de formar cálculos renais. Em algumas pessoas a suplementação de altas doses de vitamina D, pode aumentar a absorção de cálcio no intestino e promover a elevação dos níveis no sangue. As células nos cânceres de rim, pulmão e ovário podem secretar grandes quantidades de peptídeo relacionado ao hormônio da paratireoide, responsável pelo aumento do nível de cálcio sérico.
O cálcio pode ser liberado no sangue proveniente dos ossos em consequência da destruição das células ósseas em casos de metástases de cânceres de próstata, mama, pulmão, mieloma múltiplo. Em casos de fraturas ósseas extensas, pessoas com doença de Paget sedentárias e desidratadas e com hipertireoidismo, pode ocorrer hipercalcemia pelo aumento da reabsorção óssea. Pessoas imobilizadas, com paralisia ou que ficam acamadas por muito tempo, devido a falta de movimento do corpo, podem apresentar elevação do nível de cálcio no sangue em consequência do enfraquecimento dos ossos.
Os sintomas mais comuns da hipercalcemia são: náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação intestinal, perda de apetite, distúrbios digestivos, fraqueza muscular, arritmia cardíaca, insuficiência renal, cálculos renais. Em casos graves, a hipercalcemia pode comprometer as funções do cérebro e provocar confusão mental, alteração do humor, delírio e alucinações. Se não for tratada em tempo hábil, a hipercalcemia severa pode ser fatal, e apresentar desfecho para coma e morte.
O diagnóstico pode ser feito através da história, exame físico e laboratorial. A confirmação rápida da hipercalcemia é feita através do nível de cálcio no sangue. Além do exame de sangue para mensurar o nível de cálcio, pode ser feito a dosagem do hormônio da paratireoide, ureia, creatinina, vitamina D, albumina, fosfato, exame de urina para medir a excreção de cálcio, radiografia de tórax, ultrasson da tireoide, paratireoide e dos rins, teste genético em suspeita de causa hereditária e em alguns casos densitometria óssea, tomografia e ressonância.
O tratamento para a hipercalcemia baseia-se, na ingestão de líquido, administração intravenosa de infusão salina, diuréticos, e em casos graves de diálise, medicamentos bifosfonatos, glicocorticoides, denosumabe e especifico no hiperparatireoidismo e câncer.
Os alimentos ricos em cálcio são: leite, iogurte, queijo, peixes com ossos comestíveis, vegetais verdes escuros (brócolis, couve, espinafre, rúcula, agrião), leguminosas (feijão, grão de bico, lentilhas), sementes de gergelim, linhaça, chia, oleaginosas (amêndoas, castanha do Pará, nozes), ameixas secas, laranja, figo.
Eduardo Silva
Neurocirurgião do Centro do Cérebro e Coluna
Professor de Neurocirurgia da Famerp
Autor do livro: Sementes de Autoconsciência
Criador/Facilitador do Simpósio: Cérebro em Alta Performance
@cerebroemaltaperformance
