COR, SABOR E SOFISTICAÇÃO
Zapeando pela internet outro dia, chamou minha atenção o título de uma reportagem que ensinava receitas de pratos sofisticados e fáceis de fazer. Gostei do título da reportagem e tentei relacioná-lo com o papel da educação nas nossas vidas.
A amplitude do direito à educação não pode ser reduzida apenas à aprendizagem de um conteúdo determinado, de uma matéria específica, mas deve abordar toda a gama de conhecimentos.
Para que a diversidade cultural presente nas escolas enriqueça a vida escolar e colabore com o amadurecimento dos alunos, torna-se necessária não só valorização dessa diversidade, mas uma real inclusão de todos os alunos para que se crie um ambiente escolar colaborativo e acolhedor.
É necessário encontrar alegria no local onde estudamos e passamos grande parte de nossas vidas!
Nem sempre é um trabalho fácil. Assim, trabalhar com metodologias diversificadas, ensinar através de resolução de problemas, com estudo de casos, com projetos, com uma integração de disciplinas, valorizando e incentivando o protagonismo do aluno, são caminhos a serem percorridos para dar cor e sabor ao ambiente escolar!
Isso exige, muitas vezes, um currículo flexível. Nesse sentido, temos pontos a nosso favor. A flexibilidade e a autonomia, dentre outras, são características principais da própria da lei que rege a educação brasileira (LDB 5692/96) e que procura atender a uma realidade tão díspare como é a brasileira.
Por outro lado, envolver a comunidade e estender a ela uma formação cidadã é um trabalho desafiador, mas importante, pois a parceria que se estabelece entre escola e seu entorno permite a criação de laços de confiança e respeitabilidade.
Numa capacitação para dirigentes de ensino, ouvi relatos de diretores de escolas situadas em favelas, em ambientes problemáticos, mas escolas muito bem cuidadas, com ambientes pedagógicos ricos e motivadores. E esses diretores mostravam que o sucesso do trabalho desenvolvido se devia, em grande parte, ao engajamento da comunidade na vida escolar.
Encontros, reuniões, diálogos, sugestões trocadas entre escola e familiares ajudaram a criar esses laços e produziram um impacto positivo sobre a aprendizagem dos alunos.
Não podemos nos esquecer de que, muitas vezes, os pais que menos instrução escolar tiveram são os que mais valorizam a escola. Eram o que esses diretores mostravam também.
Em muitas dessas escolas as professoras tinham dificuldades em fazer com que os alunos participassem das aulas. Posteriormente ficaram sabendo que as orientações vindas de casa eram para que não falassem nada em sala de aula, nada aos professores! E os alunos seguiam as ordens ao pé da letra...
Quando na base da comunicação existe a empatia, o apoio emocional, um ambiente motivador, a confiança da família, a escola passa a ter mais vida, a ser mais produtiva.
Por ouro lado, professores preparados, envolvidos na aprendizagem dos alunos, dispostos a inovar, constantemente atualizados, capazes de criar um ambiente estimulador, propiciam um ensino sofisticado.
Assim, não são apenas os prédios, os ambientes digitais existentes, mas as oportunidades oferecidas, a criatividade, a amplitude dos valores e dos conhecimentos trabalhados que dão sofisticação à escola.
E, numa cidade como a nossa, tão rica em realizar eventos abertos ao público, criativos, com temática diversificada, a educação só tem a ganhar em cor, sabor e sofisticação!