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Arte na Cidade

ArtigoArte na Cidade

Sobre o autor

A Revista Bem-Estar, do Diário da Região, promove a terceira edição do concurso “Arte na Cidade”. Para nossa alegria, o número expressivo de participantes — setenta e um artistas — confirma a força e a diversidade da produção artística de São José do Rio Preto.

Mas, para falar de arte e artistas, é preciso também voltar no tempo e visitar os alicerces desse cenário criativo. Não podemos esquecer nosso artista maior, José Antonio da Silva, cuja obra, hoje, está espalhada pelo mundo — motivo de orgulho para todos nós.

As artes plásticas tiveram início por aqui na década de 1940, com o surgimento do grupo Portella. Antes disso, pode ser que já existissem artistas, mas que não chegaram a se destacar.

Nos anos 1970, eu ainda morava na roça. Foi nessa época que conheci Adelino Malagoli, que tinha um comércio de pintura de placas na rua Bernardino de Campos, em frente ao Cardeal Leme. Acolhedor que era, viu meus primeiros rabiscos e me convidou para participar, aos sábados, de reuniões com outros artistas em sua oficina. Era um encontro de aprendizado, onde se discutiam exposições e salões de arte em todo o estado.

Trabalhava duro na lavoura e contava os dias para o sábado chegar. Montado numa velha bicicleta, vinha à cidade encontrar meus mestres: Adelino e Cláudio Malagoli, Antônio do Nascimento Portela, Alcides Rozani, Caio Carvalho e José Guirado. Eu, com pouco mais de dezesseis anos, era o “menino” do grupo. Aqueles encontros foram, para mim, verdadeiras aulas de arte e de vida.

Em 1980, com a inauguração do Centro Cultural Daud Jorge Simão, surgiu o Salão de Arte Contemporânea, iniciativa que, infelizmente, durou pouco tempo.

Hoje, décadas depois, o concurso “Arte na Cidade” representa um novo fôlego à produção artística local. Iniciativa da confreira Patrícia Buzzini, com quem compartilho assento na Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, o projeto tem promovido uma verdadeira celebração da arte rio-pretense.

Além de democratizar o acesso à arte por meio de exposições em espaços públicos, o concurso reforça o papel da Revista Bem-Estar como importante veículo de valorização da cultura regional. A seleção das obras foi feita por técnicos especializados, conferindo legitimidade e qualidade ao certame.

Mais que um concurso, “Arte na Cidade” é um gesto de continuidade. A arte, por aqui, nunca deixou de existir — e, com certeza, seguirá florescendo.

“Ah, ia me esquecendo, daqueles encontros de sábado na oficina do Adelino Malagoli, somente eu fiquei para contar a história.”

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