A forma de vida urbana e todos os desafios de convivência, as adversidades como poluição e perigos criaram um cenário no qual a saúde é privilégio. As cidades causam exaustão pelos espaços que distraem e não restauram a necessidade de socialização, as construções repulsam por serem frias e sem gentileza urbana, o cenário urbano não acolhe. Com a expectativa de vender uma vida real e com sentido, o mercado promete atender o desejo de cuidado e bem-estar agregando o valor da estética como vitrine. Com esse discurso surgiu o wellness washing, como argumento de venda com projeções de qualidade de vida atrelada a existência de espaços gourmet, rooftop, jardim vertical, spa, academia, piscinas de borda infinita, sauna e silêncio.
Segundo o Wellness Real State o design intencional de espaços que promovem a saúde física, equilíbrio emocional, conexão social e regeneração ambiental e econômica. Por esse motivo o bem-estar não é apenas tendência ou fachada, deveria ser o fundamento de todos os projetos para a criação de arquitetura ética, responsável e permanente.
Dessa forma, os ambientes precisam do design sensível que cuida, ambientes restauradores que reduzam o estresse, o contato real com a natureza, o respeito às tradições e culturas locais que vinculem a um propósito. Além de conforto térmico, comodidades e serviços que proporcionem uma vida boa, e o foco seja a prevenção. O wellness invisível é a forma como o espaço sensível ao humano equilibra e abraça, com espaços públicos que criem o senso de comunidade, engajamento com o bem comum, que criem vínculos e rituais cotidianos, pois o bem-estar verdadeiro se compartilha. Cuidar de quem habita sem negligenciar o lugar com o maior valor, que é o planeta que nos mantém vivos com a criação de uma estrutura que permita uma vida digna com pertencimento e acesso irrestrito ao mínimo para que o bem-estar real aconteça: água, saneamento básico, mobilidade, equidade espacial, segurança, áreas arborizadas e sem poluição.
